quarta-feira, 16 de maio de 2012

As injustiçadas da Madonna!


Entra turnê, sai turnê, e a mesma comoção causada por rumores de setlist para o novo show da Madonna nunca muda! Estou acompanhando melhor este ano, até porque é o show que finalmente assistirei ao vivo (@___@), e acaba sendo, ao mesmo tempo, divertido e decepcionante ver músicas que você tanto quer ao vivo se perderem no meio dos rumores. É o que está, ao que parece, acontecendo com Love Spent (ouça AQUI), minha favorita do MDNA, e que inacreditavelmente, pode ficar fora do show!

Pensando sobre isso, decidi elencar 5 (6, na verdade) canções que quase todo mundo gostaria de ouvir ao vivo, com uma apresentação pomposa de turnê, mas que infelizmente não tiveram a sorte de ver a luz do dia... Algumas delas tão legais ou bem sucedidas que até ao vivo já foram apresentadas! Vamos lá, e caso queira sugerir sua mágoa com Madonna nos comentários, será bem vinda hehehehe

nota: links para assistir aos videoclipes das músicas nos nomes delas!

BAD GIRL (Erotica, 1992)

Um dos singles mais contundentes do Erotica, Bad Girl "disserta" sobre a rotina de uma mulher apaixonada e tentando a duras penas controlar seus demônios. A garota má na verdade não sabe o que fazer com seu companheiro e o amor que ele traz consigo, e acaba o magoando e fatalmente magoando a si mesma. Dona de um clipe estupendo, a canção já foi foi honrosamente apresentada ao vivo no Saturday Night Live (ouça aqui), mas nunca teve espaço nos setlists finais do shows... Chegou-se a cogitá-la para a Re-invention Tour, mas Deeper And Deeper versão Jazz (ouça aqui) entrou no lugar e ficamos chupando dedo, mais uma vez. I'm not happy this way, Madonna!

TAKE A BOW (Bedtime Stories, 1994)

Eu não sou muito fã de Take A Bow. Pra falar a verdade, a atmosfera ~requintada~ dela, somada aos backing vocals do produtor da faixa, Baby Face, nunca me agradou muito, ainda que Madonna tenha feito bonito com o vídeo da canção. O que faz com que ela entre nessa lista é na verdade o sucesso ESTRONDOSO que fez! A faixa alcançou o primeiro lugar na Billboard quando a carreira de Madge andava um pouco retraída (anos pós-erotica), êxito que ela não obtém desde o Music, mas nunca conseguiu um lugar que fosse em setlists finais (em 2004, ela seria tocada como a ponte de Mother and Father, mas Madonna sabiamente usou Intervention no lugar!). Para assistir a uma apresentação ao vivo, AQUI. Para ouvir uma versão soul e muito legal da música, AQUI.

NOTHING REALLY MATTERS / THE POWER OF GOODBYE (Ray of Light, 1998)

Ambas são pérolas do colar mais refinado da Madonna, o Ray of Light; ambas tem clipes envolventes e muito bem produzidos; ambas "hitaram", Goodbye mais que NRM porque esta última foi eclipsada pela arrasa-quarteirão Beautiful Stranger; e, o mais importante, ambas são eternas favoritas dos fãs, e todos hão de concordar que seria lindo ir a um show dela e poder cantar junto, e chorar um pouco, com cada uma delas. Para nossa sorte, pelo menos, foram apresentadas em premiações, e caso queira assisti-las, é só clicar nos links a seguir: Nothing Really Matters (Grammy Awards) / The Power of Goodbye (MTV)

AMAZING (Music, 2000)

Até hoje não entendo que um HIT em potencial desses não tenha sido lançado como single, com vídeo surreal e toda a pompa de direito! Se ao menos ela tivesse tocado ao vivo, saciava um pouco minha vontade, porque Amazing não só é uma das melhores do álbum Music; é um das mais explosivas, revigorantes e alucicrazy (por que não? hahaha) faixas da carreira de Madonna! MUITA MÁGOA, UM MAR DE MÁGOA... Vou deixar um verso dela pra vocês:

"You took a poison arrow and you aimed it at my heart... It's heavy and it's bitter and it's tearing me apart! If only I could set you free... You worked your way inside of me!" <3

LOVE PROFUSION (American Life, 2003)

Tornei-me um fã viciado em 2003, pois foi a primeira Era Madônnica que acompanhei de verdade. E tomei um susto quando descobri que Love Profusion havia virado single! Acreditava que ela investiria em Nothing Fails, que até foi lançada num CD single, mas não teve a divulgação esperada. No fim das contas, o que importava era que Love Profusion tinha ganhado um clipe lindo, ainda que simples, e sem dúvida alguma, era uma das canções mais bonitas do American Life... A profusão, rs, de beats eletrônicos misturando-se perfeitamente com o violão, fundamental para marcar o teor mais orgânico da faixa, é extremamente cativante, e Madonna até pensou em inclui-la no set da Re-invention Tour para a leg europeia... Pena que não rolou =/ O jeito é ficar com a divertida e tão doce quanto versão da Regina Spektor, tocada num evento em NY em homenagem à cultura judaica, e com a seguinte peculiaridade: invés de cantar "I got you under my skin", ela se saiu com um "I got jew under my skin"! Fofa <3 Ouça AQUI!


É isso! Caso você queira ler também o texto que escrevi com meus 10 vídeos favoritos da Madonna, leia AQUI. ;)

sábado, 12 de maio de 2012

Plantando Arvoredos da Alma...

Nada escapa à senilidade. Tornar-se velho pode parecer a coisa mais ingrata da vida, mas talvez isso surja apenas da consciência da velhice - a natureza nasce e morre por assim funcionar, independente de nos sentirmos bem ou mal por ser como é. A questão que levanto é mais simples, menos filosófica, porém: relacionamentos podem envelhecer também.

Nada escapa à senilidade. Nem a forma como amamos. E nesse momento lembro das sábias palavras de um amigo: "relacionamentos dão certo quando existe vontade mútua em fazê-los durar" - vontade até quando sentimos fraquejar. O verdadeiro amor talvez exija mais coragem do que o furor da paixão, e isso é algo que se aprende, se pode aprender. A personagem do texto aprendeu a guardar o que há de melhor dentro da alma, mesmo depois dos anos, das guerras, da morte, na forma de árvores que sustentam sua vida. Creio que seja sobre isso meu texto.

Não recordo bem a música que ouvia enquanto o escrevia, mas ao pensar numa que ambientasse o texto, veio em "Ela x Ele na Cidade Sem Fim", da Vanessa da Mata. Espero ter acertado ^^


Arvoredos da Alma

Ela está levantando sua saia,
Pensando, “talvez, seja tudo de graça”
Ela até mostra a coxa, tão pálida,
Mostra suas partes, mostra sua estrada

E ele mergulha naquilo que guarda
Ele faz graça, finge ser nada,
Deseja como uma brasa enfadada
Ela o acende, suas partes, sua estrada

Eles são feitos de sonhos,
De sonhos e carne passada
Não há muito tempo, já disse,
A carne está passada
Mas se reservam à vontade,
E ao amor de quem perdeu a calma,
E teve que, com mãos calejadas,
Recolher os pedaços do que ali
Sobrara
Era tão pouco, mas assim plantara
Era tão pouco, mas quase de mágica
Era um desterro, punhado de areia
Mas já corria, corria nas veias

E foi por isso que ela viveu
E que à guerra ele sobreviveu
A coxa e a brasa,
Os sonhos, passada
Bondade sem travas
Um Deus sem palavras

Era tão pouco, mas quase de mágica
Era tão pouco, mas assim plantara

Arvoredos da alma...
Arvoredos da alma