sexta-feira, 16 de março de 2012

Das estrelas...

Às vezes me pego pensando nas coisas que poderia ter feito para que você permanecesse mais tempo aqui. Estava vendo TV e ao ver uma personagem de novela tocando piano, pensei que talvez se tivesse lhe dado um tecladinho que fosse, ou se eu mesmo soubesse tocar algo, isso lhe devolvesse o encanto que de seus olhos doloridos eu vi fugir. E como eu queria trazer você de volta, trazer você para mim... Os dias não consegue ser completos, desde que vi o brilho dos seus olhos para as estrelas subir. E lá ficar... Como é ruim o seu fim, por aqui.

E como eu errei em não ter ouvido seu pedido de socorro silencioso! Como fui estúpido em não ter ouvidos que servissem para, com o coração, ouvir! Fechei-me tanto em mim que a falta de contato não me fez infeliz - mas a você sim, e como fez, minha flor de jasmim. Deixei sua beleza secar no momento em que você não era uma árvore capaz de aguentar as chuvas frias, os ventos rígidos, e as intempéries dessa vida... Eu fraquejei em lhe deixar fraquejar, e ter deixado que esse mundo cão perdesse uma alma tão bonita foi o maior erro da minha vida!

COMO PODE ESSE MUNDO TÃO PARANÓICO TER DESTRUÍDO COM SUA VIDA?

Como eu deixei, como podia?!

Dói lembrar de como você sempre foi linda, e não se achava digna. Digna de beleza, da mais barata que fosse, mas DEUS, você é linda! Dá vontade de deitar, e rezar a qualquer divindade piedosa que te mande a meus sonhos, e faça, como já fez uma vez, que eu sinta seu abraço mais quente e sedoso pouco antes de acordar, chorando ao perceber que aquilo não se prolongaria... E você é tão bonita...

Agora estou recobrando a razão para viver, ainda que nada dessa razão tenha um sentido pleno quando não sinto você. Estou reconstruindo meu castelo de areia, meus passeios pelo bosque de cajus que ficavam em nossa fazendinha de mentira, a vista de um céu azul que é extremamente imponente, mas ao mesmo tempo cativa. Como se fosse Deus o próprio céu, em sua face mais charmosa, e ainda que o devesse respeito, eu pudesse olhá-lo de frente, sem medo de sofrer mais nessa vida... Eu mato as dores de cada uma das lembranças a cada dia, na esperança de que, num certo segundo, um segundo infinito e profundo, eu perceba que a dor também é uma mentira. Perceba que a verdade mais concreta esconde-se de mim como uma ninfa sapeca e desmedida, mas que, ao se mostrar, me seduzirá e me libertará dessa maldição que é morrer nessa vida! Quero viver até descobrir o quão a dor é mentira, mesmo que perceba depois que até minha maior alegria seja algo que tampouco existia...

EU SÓ NÃO QUERO MENTIRAS!

Já foram tantas, não quero mentiras.

E lhe preservo em minha vista. Preservo seu rosto quando reconheço em meus traços os traços da minha irmãzinha... E uma coisa me consola: saber que foi amor que a moveu, do começo ao fim de sua vida. Até nos dias em que dela você desistia, irmãzinha, havia amor o suficiente para preencher minha vida.

E eu te amo, minha princesa. E como dói te amar assim, mas eu juro:
Eu sempre te amei, desde a primeira vista.

2 comentários:

  1. Que lindo. Que triste. Deu vontade de chorar.
    Não é culpa sua,é difícil prever, sentir realmente a dor do outro ...

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  2. Essas coisas surgem de momento, Aline. Tipo, vc se sente assim ou permite se sentir assim pra que aquilo extravase em palavras e vc melhore. É um desabafo a cada dia, e tem horas que o que dá pra fazer é escrever... E escrever. Mas num chore nope u.u kkkkkkk :*

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